segunda-feira, 1 de junho de 2009

Caveira

Crava a unha na carne e fere o morto no ouvido
cala a boca que arde, mostra que estás sozinho.
Limpa o sangue e a saliva seca e presa ao chão
dá-me um pano e limpa a alma desta maldita compaixão.
Morde o lábio que treme por não saber de quem é
vive a vida sem respirar, caminha pelo teu proprio pé.
Sai de ti ternura má que me atropela os sentimentos
falsos pretextos e emoções só para cair no esquecimento.
Tenho facas e bastões apontados ao meu peito
cavam-se buracos no estomago que me fazem andar direito.
Raios e trovões apoderam-se da minha alma
Castigos e penitencias fazem arte da minha raça.
Sou só eu... venho sozinho, cheguei sem armas e descalço
pensei que quisesses estar comigo .
Numa preguiça distante não encontro janelas
não encontro um perdão, sento-me e espero por elas. 


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